
Depois de investir um período de sua carreira em
produções de qualidade duvidosa, Johnny Depp volta renovado em “Aliança do
Crime”, já em cartaz em todo Brasil. Na produção, Depp encarna o infame James “Whitey”
Bulger, um dos criminosos mais perigosos que o mundo já viu. Acusado de
assassinato, extorsão, sequestro, tráfico de drogas, entre outras coisas,
Bulger passou mais de quinze anos foragido sendo considerado o segundo homem
mais procurado pelo FBI, perdendo apenas para Osama Bin Laden. Bulger foi preso
em 2011, em Santa Monica, aos 83 anos.
No filme, podemos ver o processo de ascensão do
meliante peixe pequeno a poderoso chefão do tráfico de drogas na região sul de
Boston, nos Estados Unidos. E grande parte desse feito envolve uma aliança
obscura com o FBI. Até hoje, esse envolvimento de Bulger com o Bureau de
Investigação e o Departamento de Justiça americano não está muito claro. Mesmo
durante o julgamento de Whitey em 2013, essa ligação não foi 100% esclarecida.
É fato que o agente Jonh Donnoly, amigo de infância de Bulger, foi o mediador
desse vínculo. Também é fato que Bulger mantinha vários agentes e até
promotores em sua lista de pagamentos. Mas a grande questão é: o que Bulger
oferecia em troca da vista grossa do FBI para seus crimes? Ele era ou não um
informante?
Bulger, em sua ética distorcida, acredita que
informantes e alcaguetes são seres da pior espécie e merecem morrer por esse
ato. Em seu julgamento, ele não teve problemas em assumir a autoria de crimes
hediondos que envolvia tortura e assassinato. Mas no que se refere a ser
informante do FBI, a negação é a suma resposta do mafioso.
Criado nas ruas da região conhecida como Southie, em
Boston, James e seu irmão Billy (que mais tarde se tornaria senador) ,
cresceram com grandes laços atrelados a comunidade de descendência irlandesa.
Depois de passar uma temporada em Alcatraz, Bulger voltou às ruas de Southie
para ‘trabalhar’ para a Winter Hill Gang. Os italianos prosperavam como os
grandes senhores do tráfico de drogas no local. O agente John Connoly assumia
um posto de confiança no Bureau e tinha como missão extirpar a máfia de lá.
Bulger não tinha os meios de se livrar da concorrência italiana, logo, seria
muito conveniente ajudar o FBI a fazer seu trabalho de aniquilar a competição. E assim formava-se essa aliança profana. O que
não se sabe é até que ponto um ajudou o outro, mas a consequência foi que
muitas vidas se perderam e que Bulger prosperou significativamente neste
período.
Em seu retrato de Bulger, Johnny Depp está incrível em
uma atuação visceral e hipnotizante, como há muito não se via. O filme é ele. A
direção pouco experiente de Scott Cooper (de “Coração Louco”) deixa um pouco a
desejar e as comparações com os filmes de Scorsese acabam sendo inevitáveis. Principalmente porque em “Os Infiltrados” (2006), o personagem de Jack
Nicholson é vagamente inspirado em Whitey Bulger. Entretanto, a questão que
mais atrapalha o filme é o ritmo que, do meio para o fim, se torna um pouco
cansativo em comparação ao eletrizante início da trama.
NO PRATO
Eu gosto muito de observar quando os filmes de máfia
mostram cenas à mesa. Geralmente são aquelas cenas de alívio que contrasta com
toda a tensão que envolve as outras sequências da história. Entretanto, muitas
vezes, nem as cenas à mesa escapam de prover aqueles momentos em que temos que
segurar a respiração pois não dá para saber o que vai acontecer. Um bom exemplo
disso é a famosa cena de Joe Pesci e Ray Liotta em “Os Bons Companheiros”
(1990). Confira a cena aqui.
Em “Aliança do Crime”, temos também uma cena desse
nível, onde uma receita pode definir o destino de um homem. A cena pode ser
conferida neste trailer.
Se a receita (nem tão) secreta de temperar o bife do
agente John Morris (David Harbour) leva alho espremido e óleo de soja, confira
aqui outras opções para marinar carnes vermelhas em geral.
MARINADAS:
Uma marinada geralmente envolve um líquido ácido (vinho,
vinagre), especiarias e ervas. As combinações são infinitas e variam muito de
gosto para gosto.
A mais tradicional talvez seja a que leva vinho tinto
e o bouquet garni – um apanhado de ervas arómaticas frescas que incluem louro,
tomilho e salsa.
As especiarias podem incluir: cominho, pimenta do
reino, curry e cardamomo.
Em alguns casos, pode-se incluir um talo de salsão ou
de alho-poró.
Normalmente as marinadas são usadas em ensopados e
preparos com caldo. Recomenda-se que a carne fique marinado por no mínimo 12 horas na geladeira.