terça-feira, 15 de setembro de 2015

A GROSSERIA DA SEQUÊNCIA - FÉRIAS FRUSTRADAS

Em pleno cenário de filmes com histórias requentadas, reboots e remakes, volta e meia Hollywood nos surpreende com algum frescor de originalidade que acabam se tornando felizes exemplos de cases bem-sucedidos. Trazendo a conversa para o gênero da comédia, esse fenômeno já aconteceu algumas vezes nos últimos anos com “O Virgem de Quarenta Anos” (2005), “Se Beber Não Case” (2009), Missão Madrinha de Casamento (2011) e “Ted” (2012). 

Esses exemplos de comédias escrachadas e incorretas, que nos fazem rir dos nossos próprios pudores e convicções, consegue com inteligência romper barreiras estéticas e moralistas. Desse modo, se tornam obras iconoclastas e anárquicas, como a boa comédia de humor negro deve ser.

O que acontece é que, em terra de franquias e sequências (que são quase que uma obrigação), o desafio de se equiparar em qualidade  e originalidade torna-se extremamente difícil. Ainda mais quando se busca inspiração direto de filmes da década de 80. Nada contra os clássicos. Sou uma nostálgica sem cura dos filmes da geração oitentista. O problema é quando se ousa macular obras sagradas no nosso imaginário sentimental como o caso de “Férias Frustradas” (1983), com uma continuação grosseira, de mau gosto, e sem nada de novo para oferecer, Hollywood nos passa um atestado de crise criativa alarmante. 

O novo “Férias Frustradas” (2015), já em cartaz em todo Brasil, traz Ed Helms e Christina Applegate como protagonistas da produção que é ao mesmo tempo remake, sequência e reboot (como consta no site IMDB, o maior portal de dados cinematográficos da internet). Essa obra apela para um humor barato, de piadas fracas que se aproveitam de situações nojentas e de mau gosto como desculpa para arrancar sorrisos de constrangimento.

Não! Não é engraçado nadar em resíduos humanos. Essa escatologia barata já foi usada milhares de vezes em zilhões de outros filmes e muito melhor executadas. E as pessoas ainda riem disso como se fossem uma criança de cinco anos falando xixi e coco. Não. Não é engraçado oferecer carne de vaca para uma vaca comer. É ofensivo. É constrangedor. É repulsivo. E essa piada se repete por TRÊS vezes no filme. Não! Não é engraçado uma longa cena com Cris Hemsworth com um pênis enorme saltando do calção. É baixo, ridículo e preguiçoso. Tudo no filme é forçado e se torna um desastre. Até quando essas comédias cretinas vão usar os mesmos gags de novo, de novo e de novo?


Não é de se admirar que “Ted 2” e “Se Beber Não Case 2” também foram sequências que perderam todo o êxito alcançado nos filmes que os precederam, excluindo a perspicácia e inteligência deixando somente algumas piadas sem nexo e sem noção. O que eu espero de uma comédia, quando vou ao cinema, é simplesmente rir. Nesse caso, só me contorci de vergonha alheia.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

MERYL STREEP EM DOIS TEMPOS COM FRENCH TOAST



Já está em cartaz o drama “Ricki and the Flash: De Volta Para Casa”, estrelado pela diva Meryl Streep e sua filha na vida real Mamie Gummer. Com roteiro de Diablo Cody (de “Juno”  e “Garota Infernal”) e direção de Jonathan Demme (de “Silêncio dos Inocentes”), a produção ainda conta com Kevin Kline no elenco.

Ricki, nascida Linda, está de volta para tentar ajudar sua filha que, depois de uma separação dolorosa do marido, entra em profunda depressão. Pete, o ex-marido vivido por Kevin Kline, sem saber o que fazer, liga para Ricki como última tentativa de tirar a filha do estado letárgico de prostração.

Evidentemente, seus três filhos, sobreviventes do divórcio e da ausência da mãe, mostram pouca receptividade, colocando Ricki na desconfortável posição de uma estranha que está alheia a tudo o que acontece na vida deles. Um está noivo, outro é assumidamente gay e a filha tentou o suicídio. No meio dessa turbulenta dinâmica familiar ainda está Maurren, a atual esposa de Pete e que criou os filhos de Ricki.

Maureen é tudo que Ricki não é, e o contraste entre essas mulheres fica bem evidente no primeiro contato que as duas tem quando Maureen retorna de uma viagem, lá pelo meio do filme. Maureen faz o tipo maternal, racional e que sabe cuidar da família e do lar. Ela prepara uma torrada francesa (traduzida como rabanada) em uma cena harmoniosa de café da manhã que, é claro, faz Ricki se sentir excluída e querer voltar para sua vida na Califórnia.

Ricki se parece um pouco com outro personagem de Meryl - a Joanna Kramer, de “Kramer Versus Kramer”, papel que lhe rendeu o primeiro dos três Oscars de sua carreira. Tanto uma quanto a outra, guardadas as proporções, são desafiadas em seu papel como mãe/esposa e decidem partir.

Na produção de 1979, dirigida por Robert Benton, o personagem de Dustin Hoffman, depois de ser abandonado pela esposa, é forçado a se dedicar às funções de pai (que há muito ele negligenciava) e de mãe do pequeno Billy. Um dos momentos que melhor traduz a evolução do relacionamento entre pai e filho também envolve o preparo de torradas francesas

Primeiro, ainda sobre o baque da partida de Joanna, Ted (Hoffman) está todo atrapalhado e quase põe fogo na cozinha. Meses depois, quando a rotina já está de volta ao normal mas uma decisão judicial exige que tudo mude, a torrada aparece novamente coroando uma das cenas mais tocantes da película.

Veja o trailer de "Ricki and the Flash: De Volta Para Casa" aqui.

Em homenagem a esses dois filmes, aqui está o passo a passo para o preparo de torradas francesas.


FRENCH TOAST

Ingredientes:

2 ovos

4 fatias de pão de forma

1 colher de sopa de leite

Manteiga

Modo de Preparo:

Derreta um pouco de manteiga em uma frigideira. Em uma tigela, bata os ovos com o leite. Molhe as fatias de pão com essa misture e depois doure na frigideira quente.






quarta-feira, 2 de setembro de 2015

SANDUÍCHE CAPRESE EM "O AGENTE DA U.N.C.L.E."


O ano de 2015 está sendo muito bom para os filmes de espionagem. De “Missão Impossível – Nação Secreta” a “A Espiã Que Sabia de Menos” e na expectiva pelo lançamento do próximo filme do agente secreto James Bond, “Spectre”, a espionagem rolou solta pelas telonas. “O Agente da U.N.C.L.E”, do cineasta britânico Guy Richie, é mais uma tentativa de emplacar uma película de ação com  nuances de comédia e recheada de intrigas internacionais. A produção estreia no dia 03 de setembro.

Os bonitões Henry Cavill e Armie Hammer fazem os agentes especiais Napoleon Solo e Ilya Kuryakin, um americano e outro russo, que são obrigados a trabalhar juntos em uma missão extraordinária.

O diretor Guy Richie consegue recriar tão bem o clima groovie dos anos 60 que transforma o filme em uma irresistível aventura. Os carros, as paisagens, os figurinos e a trilha sonora – tudo está perfeito em sincronia com a condução rápida e eficaz de Richie.

O filme é a adaptação de uma antiga série de TV de  mesmo nome para os cinemas. Ambientada no auge da Guerra Fria, não faria sentido tentar usar uma atmosfera contemporânea para essa versão. A decisão mais acertada da produção foi realmente manter a trama nos embalos da década sessentista.

Em uma das cenas de ação, o americano Solo (Cavill) está fugindo dos bandidos em uma lancha pilotada pelo russo Ilya. Em uma manobra abrupta, Solo cai na água e nada até terra firme. Ele se esconde em um caminhão, que por acaso tinha uma garrafa de vinho Chianti, um cacho fresco de uvas e um sanduíche. Um típico piquenique italiano (o filme teve várias locações em Nápoles), que eu recrio aqui. Confira com fazer um legítimo sanduíche caprese.

SANDUÍCHE CAPRESE

Ingredientes:

1 pão da sua preferência
Tomate cereja, seco, grape, italiano ou que você gostar mais.
Mussarela de búfala
Azeite
Manjericão

Modo de preparo:
Junta tudo e corre pro abraço!