Em pleno cenário de filmes
com histórias requentadas, reboots e remakes, volta e meia Hollywood nos
surpreende com algum frescor de originalidade que acabam se tornando felizes
exemplos de cases bem-sucedidos. Trazendo a conversa para o gênero da comédia,
esse fenômeno já aconteceu algumas vezes nos últimos anos com “O Virgem de
Quarenta Anos” (2005), “Se Beber Não Case” (2009), Missão Madrinha de Casamento
(2011) e “Ted” (2012).
Esses exemplos de comédias escrachadas e incorretas, que nos
fazem rir dos nossos próprios pudores e convicções, consegue com inteligência
romper barreiras estéticas e moralistas. Desse modo, se tornam obras iconoclastas e
anárquicas, como a boa comédia de humor negro deve ser.
O que acontece é que, em
terra de franquias e sequências (que são quase que uma obrigação), o desafio de
se equiparar em qualidade e
originalidade torna-se extremamente difícil. Ainda mais quando se busca
inspiração direto de filmes da década de 80. Nada contra os clássicos. Sou uma
nostálgica sem cura dos filmes da geração oitentista. O problema é quando se
ousa macular obras sagradas no nosso imaginário sentimental como o caso de “Férias
Frustradas” (1983), com uma continuação grosseira, de mau gosto, e sem nada de
novo para oferecer, Hollywood nos passa um atestado de crise criativa alarmante.
O novo “Férias Frustradas”
(2015), já em cartaz em todo Brasil, traz Ed Helms e Christina Applegate como protagonistas da
produção que é ao mesmo tempo remake, sequência e reboot (como consta no site
IMDB, o maior portal de dados cinematográficos da internet). Essa obra apela
para um humor barato, de piadas fracas que se aproveitam de situações nojentas
e de mau gosto como desculpa para arrancar sorrisos de constrangimento.
Não! Não é engraçado nadar em resíduos humanos. Essa escatologia barata já foi usada milhares de vezes em zilhões de outros filmes e muito melhor executadas. E as pessoas ainda riem disso como se fossem uma criança de cinco anos falando xixi e coco. Não. Não é engraçado oferecer carne de vaca para uma vaca comer. É ofensivo. É constrangedor. É repulsivo. E essa piada se repete por TRÊS vezes no filme. Não! Não é engraçado uma longa cena com Cris Hemsworth com um pênis enorme saltando do calção. É baixo, ridículo e preguiçoso. Tudo no filme é forçado e se torna um desastre. Até quando essas comédias cretinas vão usar os mesmos gags de novo, de novo e de novo?
Não é de se admirar que “Ted
2” e “Se Beber Não Case 2” também foram sequências que perderam todo o êxito alcançado nos filmes que os precederam, excluindo a perspicácia e inteligência deixando somente algumas piadas sem nexo e sem noção. O que eu espero de uma
comédia, quando vou ao cinema, é simplesmente rir. Nesse caso, só me contorci de vergonha alheia.