
Já está em cartaz “Magic Mike XXL”, sequência do filme de 2012, levemente inspirado na história de vida do ator Channing Tatum que também estrela o longa. O primeiro filme, que surpreendentemente tornou-se um grande acerto e conquistou críticos e público, contava com Matthew McConaughey e Alex Pettyper, que foram estrategicamente excluídos dessa sequência. O primeiro por motivos de cachê, afinal Matthew tinha acabado de ganhar o Oscar por “Clube de Compras de Dallas”, e o segundo, dizem a boca pequena, por supostamente não ter se dado bem com a estrela Channing Tatum, que bem ou mal é a razão desse projeto existir.
Em “Magic Mike XXL”, tudo
é muito fraco, seja em atuações seja em história que é extremamente rasa, com
um argumento bem bobo: Mike, afastado dos palcos por três anos, desiludido com seu
negócio e recém abandonado pela
namorada, resolve unir-se mais uma vez aos amigos strippers para uma épica
despedida em uma Convenção destinada a “entertainers masculinos”. Além disso, o
rebolado dos dançarinos recebe muito mais destaque. Além da tradicional rotina
de despir-se em público, adicione simulações de sexo com participações da
plateia e coreografias inusitadas como a interpretação de um casamento, um cara
vendendo iogurtes e outro pintando um quadro enquanto tira a roupa.
Com esse roteiro nada
inspirado, o que você esperar desse filme é nada mais que isso: uma
objetificação ostensiva do corpo masculino, personagens risíveis sem muito
compromisso e muita apelação para atrair o público feminino. Os destaques vão
para Joe Manganiello (que também atende por noivo da atriz colombiana Sofia
Vergara) que rouba a cena ao tentar fazer uma atendente de uma loja de
conveniência sorrir ao som de “I Want It That Way”, dos Backstreet Boys e Matt
Bomer (o Nial de “White Collar”) que apresenta também seus dotes como cantor.Aliás, os personagens de Manganiello e Bomer que oferecem algum fio de
storyline para acompanharmos por que narrativamente falando “Magic Mike XXL” é
uma vergonha.
Em termos comparativos, o
primeiro filme é muito superior. Talvez isso esteja ligado ao fato de ter sido dirigido pelo oscarizado e talentoso Steven Soderbergh,
que dessa vez assina como produtor executivo. Até o alívio cômico do primeiro,
que tem uma trama muito mais densa (envolvendo vício e tráfico de drogas), é
melhor trabalhado do que nesta sequência, que recebeu a direção de Gregory
Jacobs (assistente de longa data de Soderbergh).
Mas convenhamos que esse
filme se propõe nada menos de que 115 minutos de homens sarados, tanquinhos,
bíceps e pernas malhadas. Vá ao cinema sabendo o que esperar.
Veja o trailer aqui: