quinta-feira, 19 de novembro de 2015

PARCERIAS DE SUCESSO: "UM BOM ANO" E CAVIAR DE BERINJELA

Uma característica muito comum entre os cineastas é repetir, frequentemente, a escalação de determinados atores. Alguns conseguem estabelecer parcerias mais longas que muitos casamentos em Hollywood. Tim Burton e Johnny Depp, Scorsese e Robert de Niro, Scorsese e Leonardo DiCaprio, Christopher Nolan e Michael Caine, Tarantino e Samuel L. Jackson, David Fincher e Brad Pitt, só para listar alguns exemplos de várias duplas de sucesso. Mas a que eu quero mencionar aqui é Ridley Scott e Russell Crowe.

O primeiro trabalho dos dois juntos foi “Gladiador” (2000), que rendeu a Crowe seu primeiro (e único) Oscar e ainda foi premiado em outras quatro categorias (Filme, Figurino, Som e Efeitos Visuais).  Depois de um hiato de seis anos, os dois voltaram a trabalhar juntos em “Um Bom Ano” (2006), “Gângster Americano” (2007), “Rede de Mentiras” (2008)  e “Robin Hood” (2010).

“Um Bom Ano” é a única comédia dirigida por Ridley Scott. Além de Russell Crowe, Marion Cotillard (que logo depois ganharia o Oscar de Melhor Atriz, por “Piaf – Um Hino Ao Amor”) e Abbie Cornish (do remake de “Robocop” de José Padilha) também estão no elenco. O filme é ambientado no sul da França, na região da Provença.

Crowe é Max Skinner, um inglês que trabalha no mercado financeiro. Ao descobrir que seu tio Henry faleceu e ele é seu único herdeiro, Max terá que retornar a Bonnieux, na França, para se desfazer do imóvel do tio e outras coisas. Ele só não contava que ao chegar lá, todas as memórias de sua infância voltam com força total trazendo uma transformação sem retorno na vida de Max.

A produção não foi um grande sucesso de bilheteria, entretanto, não se pode negar que Scott provê uma fotografia ímpar ao filme, abusando das belas paisagens naturais da região. Um filme que desperta todos os nossos sentidos e nos faz querer largar tudo e viver uma vida simples numa cidadezinha como aquela. A região da Provença é famosa por seu vinho rosé, pelas plantações de lavanda e pela culinária típica.

Em uma das cenas do filme, Max e sua prima (Abbie Cornish) são convidados para um legítimo banquete à moda provençal preparados pelo vigneron Duflot, que trabalhava para o tio de Max. No menu do jantar temos: caviar de berinjela, cotovias, cogumelos da região e javali selvagem marinado no vinho tinto.

O caviar de berinjela é bem simples de fazer e é um aperitivo muito comum. Serve-se como pasta acompanhada de pãeszinhos. O prato tem esse nome porque as sementes da berinjela lembram as ovas que formam o caviar. Esta é a minha versão da receita.

Caviar d’aubergine

Ingredientes:

1 berinjela
1 dente de alho
Alecrim e tomilho a gosto
Sal
Azeite
Coentro
200g de creme de leite fresco
Suco de meio limão espremido
Pimenta do reino ralada na hora

Modo de Preparo:

Corte a berinjela no sentido longitudinal.
Faça cortes superficiais cruzados como na foto.


Esfregue um dente de alho na superfície das duas metades.
Em uma metade coloque alecrim e na outra, tomilho.
Regue com azeite e coloque uma pitada de sal.


Com o alho no meio junte as metades da berinjela e enrole em uma folha de papel alumínio.
Leve ao forno à 230 graus por 40 minutos.


Com o auxílio de uma colher raspe a polpa de berinjela.


Em uma tábua de corte, despeje a mistura e com uma faca, dê batidinhas no creme.


Leve ao fogo por cerca de 30 segundos em uma panelinha com azeite.



Retire do fogo e acrescente o coentro e o creme de leite.
Acrescente o limão.
Finalize com pimenta do reino moída na hora e corrija o sal.




terça-feira, 17 de novembro de 2015

A MÁFIA VAI À MESA EM "ALIANÇA DO CRIME"



Depois de investir um período de sua carreira em produções de qualidade duvidosa, Johnny Depp volta renovado em “Aliança do Crime”, já em cartaz em todo Brasil. Na produção, Depp encarna o infame James “Whitey” Bulger, um dos criminosos mais perigosos que o mundo já viu. Acusado de assassinato, extorsão, sequestro, tráfico de drogas, entre outras coisas, Bulger passou mais de quinze anos foragido sendo considerado o segundo homem mais procurado pelo FBI, perdendo apenas para Osama Bin Laden. Bulger foi preso em 2011, em Santa Monica, aos 83 anos.

No filme, podemos ver o processo de ascensão do meliante peixe pequeno a poderoso chefão do tráfico de drogas na região sul de Boston, nos Estados Unidos. E grande parte desse feito envolve uma aliança obscura com o FBI. Até hoje, esse envolvimento de Bulger com o Bureau de Investigação e o Departamento de Justiça americano não está muito claro. Mesmo durante o julgamento de Whitey em 2013, essa ligação não foi 100% esclarecida. É fato que o agente Jonh Donnoly, amigo de infância de Bulger, foi o mediador desse vínculo. Também é fato que Bulger mantinha vários agentes e até promotores em sua lista de pagamentos. Mas a grande questão é: o que Bulger oferecia em troca da vista grossa do FBI para seus crimes? Ele era ou não um informante?

Bulger, em sua ética distorcida, acredita que informantes e alcaguetes são seres da pior espécie e merecem morrer por esse ato. Em seu julgamento, ele não teve problemas em assumir a autoria de crimes hediondos que envolvia tortura e assassinato. Mas no que se refere a ser informante do FBI, a negação é a suma resposta do mafioso.

Criado nas ruas da região conhecida como Southie, em Boston, James e seu irmão Billy (que mais tarde se tornaria senador) , cresceram com grandes laços atrelados a comunidade de descendência irlandesa. Depois de passar uma temporada em Alcatraz, Bulger voltou às ruas de Southie para ‘trabalhar’ para a Winter Hill Gang. Os italianos prosperavam como os grandes senhores do tráfico de drogas no local. O agente John Connoly assumia um posto de confiança no Bureau e tinha como missão extirpar a máfia de lá. Bulger não tinha os meios de se livrar da concorrência italiana, logo, seria muito conveniente ajudar o FBI a fazer seu trabalho de aniquilar a competição.  E assim formava-se essa aliança profana. O que não se sabe é até que ponto um ajudou o outro, mas a consequência foi que muitas vidas se perderam e que Bulger prosperou significativamente neste período.

Em seu retrato de Bulger, Johnny Depp está incrível em uma atuação visceral e hipnotizante, como há muito não se via. O filme é ele. A direção pouco experiente de Scott Cooper (de “Coração Louco”) deixa um pouco a desejar e as comparações com os filmes de Scorsese acabam sendo inevitáveis. Principalmente porque em “Os Infiltrados” (2006), o personagem de Jack Nicholson é vagamente inspirado em Whitey Bulger. Entretanto, a questão que mais atrapalha o filme é o ritmo que, do meio para o fim, se torna um pouco cansativo em comparação ao eletrizante início da trama.

NO PRATO

Eu gosto muito de observar quando os filmes de máfia mostram cenas à mesa. Geralmente são aquelas cenas de alívio que contrasta com toda a tensão que envolve as outras sequências da história. Entretanto, muitas vezes, nem as cenas à mesa escapam de prover aqueles momentos em que temos que segurar a respiração pois não dá para saber o que vai acontecer. Um bom exemplo disso é a famosa cena de Joe Pesci e Ray Liotta em “Os Bons Companheiros” (1990). Confira a cena aqui.



Em “Aliança do Crime”, temos também uma cena desse nível, onde uma receita pode definir o destino de um homem. A cena pode ser conferida neste trailer.




Se a receita (nem tão) secreta de temperar o bife do agente John Morris (David Harbour) leva alho espremido e óleo de soja, confira aqui outras opções para marinar carnes vermelhas em geral.

MARINADAS:

Uma marinada geralmente envolve um líquido ácido (vinho, vinagre), especiarias e ervas. As combinações são infinitas e variam muito de gosto para gosto.

A mais tradicional talvez seja a que leva vinho tinto e o bouquet garni – um apanhado de ervas arómaticas frescas que incluem louro, tomilho e salsa.

As especiarias podem incluir: cominho, pimenta do reino, curry e cardamomo.

Em alguns casos, pode-se incluir um talo de salsão ou de alho-poró.

Normalmente as marinadas são usadas em ensopados e preparos com caldo. Recomenda-se que a carne fique marinado por no mínimo 12 horas na geladeira. 


sábado, 7 de novembro de 2015

MELHORANDO AS BATATAS DE "PERDIDO EM MARTE"

“Perdido Em Marte”, estrelado por Matt Damon e dirigido por Ridley Scott é um excelente filme de ficção científica que definitivamente merece sua atenção.

Mark Watney estava em uma expedição em Marte (num suposto futuro não muito distante)  quando uma iminente tempestade põe em risco não só a missão, mas também a vida dos astronautas.

Durante a evacuação, Mark é atingido por um destroço da base  e fica para trás, presumidamente morto. Entretanto, para a surpresa de sua tripulação, da NASA,  dos Estados Unidos e até do próprio Mark, ele simplesmente sobreviveu. Assim ele deverá manter-se vivo em um planeta inóspito, hostil e, teoricamente, inabitável, até que a próxima missão chegue ao planeta vermelho. O único detalhe é que isso pode levar até quatro anos para acontecer.

Sem muitas delongas, o filme já é um sucesso de bilheteria no Brasil e no mundo. Grande parte desse sucesso deve-se ao carisma de Damon que carrega o filme nas costas. Jessica Chastain e Jeff Daniels também merecem destaque. 

Então vamos para o que interessa e não é spoiler já que isso aprece no trailer: Mark, antes de ser astronauta, é um brilhante botânico. E graças ao improviso, inteligência e um pouco de sorte combinados ao seu conhecimento, ele consegue plantar batatas em Marte.

“Perdido em Marte” é baseado no livro “The Martian”, de Andy Weir, que começou sua distribuição, veja só que curioso, de graça pela internet. Mal sabia ele que viraria um best-seller.

Pegando o gancho nas batatinhas do Matt Damon, segue aqui uma receita de batatas rústicas com ervas que valem muito a pena.

Confira o passo a passo:

Batatas Rústicas Assadas

Ingredientes:

3 batatas
3 ramos de alecrim
4 ramos de tomilho
3 colheres de sopa de azeite
5 dentes de alho com casca
Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo:


Preaqueça o forno a 200°C. Lave as batatas (sem descascar) e as ervas. Em uma tábua, corte as batatas no sentido do comprimento, até obter vários gominhos.

Transfira os gomos para uma panela, cubra com água e tempere com uma colher de chá de sal. Leve ao fogo alto e deixe cozinhar por uns cinco minutos.

Passe as batatas por um escorredor de macarrão e deixe  a água escorrer por alguns minutos. 

Em uma assadeira antiaderente, disponha as batatas cozidas juntamente com as ervas e os dentes de alho (com a casca). Regue generosamente com azeite. Tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto. Depois leve ao forno por vinte minutos.

Retire do forno, vire os pedaços com uma pinça, e deixe por mais vinte minutos.


Está pronto!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A GROSSERIA DA SEQUÊNCIA - FÉRIAS FRUSTRADAS

Em pleno cenário de filmes com histórias requentadas, reboots e remakes, volta e meia Hollywood nos surpreende com algum frescor de originalidade que acabam se tornando felizes exemplos de cases bem-sucedidos. Trazendo a conversa para o gênero da comédia, esse fenômeno já aconteceu algumas vezes nos últimos anos com “O Virgem de Quarenta Anos” (2005), “Se Beber Não Case” (2009), Missão Madrinha de Casamento (2011) e “Ted” (2012). 

Esses exemplos de comédias escrachadas e incorretas, que nos fazem rir dos nossos próprios pudores e convicções, consegue com inteligência romper barreiras estéticas e moralistas. Desse modo, se tornam obras iconoclastas e anárquicas, como a boa comédia de humor negro deve ser.

O que acontece é que, em terra de franquias e sequências (que são quase que uma obrigação), o desafio de se equiparar em qualidade  e originalidade torna-se extremamente difícil. Ainda mais quando se busca inspiração direto de filmes da década de 80. Nada contra os clássicos. Sou uma nostálgica sem cura dos filmes da geração oitentista. O problema é quando se ousa macular obras sagradas no nosso imaginário sentimental como o caso de “Férias Frustradas” (1983), com uma continuação grosseira, de mau gosto, e sem nada de novo para oferecer, Hollywood nos passa um atestado de crise criativa alarmante. 

O novo “Férias Frustradas” (2015), já em cartaz em todo Brasil, traz Ed Helms e Christina Applegate como protagonistas da produção que é ao mesmo tempo remake, sequência e reboot (como consta no site IMDB, o maior portal de dados cinematográficos da internet). Essa obra apela para um humor barato, de piadas fracas que se aproveitam de situações nojentas e de mau gosto como desculpa para arrancar sorrisos de constrangimento.

Não! Não é engraçado nadar em resíduos humanos. Essa escatologia barata já foi usada milhares de vezes em zilhões de outros filmes e muito melhor executadas. E as pessoas ainda riem disso como se fossem uma criança de cinco anos falando xixi e coco. Não. Não é engraçado oferecer carne de vaca para uma vaca comer. É ofensivo. É constrangedor. É repulsivo. E essa piada se repete por TRÊS vezes no filme. Não! Não é engraçado uma longa cena com Cris Hemsworth com um pênis enorme saltando do calção. É baixo, ridículo e preguiçoso. Tudo no filme é forçado e se torna um desastre. Até quando essas comédias cretinas vão usar os mesmos gags de novo, de novo e de novo?


Não é de se admirar que “Ted 2” e “Se Beber Não Case 2” também foram sequências que perderam todo o êxito alcançado nos filmes que os precederam, excluindo a perspicácia e inteligência deixando somente algumas piadas sem nexo e sem noção. O que eu espero de uma comédia, quando vou ao cinema, é simplesmente rir. Nesse caso, só me contorci de vergonha alheia.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

MERYL STREEP EM DOIS TEMPOS COM FRENCH TOAST



Já está em cartaz o drama “Ricki and the Flash: De Volta Para Casa”, estrelado pela diva Meryl Streep e sua filha na vida real Mamie Gummer. Com roteiro de Diablo Cody (de “Juno”  e “Garota Infernal”) e direção de Jonathan Demme (de “Silêncio dos Inocentes”), a produção ainda conta com Kevin Kline no elenco.

Ricki, nascida Linda, está de volta para tentar ajudar sua filha que, depois de uma separação dolorosa do marido, entra em profunda depressão. Pete, o ex-marido vivido por Kevin Kline, sem saber o que fazer, liga para Ricki como última tentativa de tirar a filha do estado letárgico de prostração.

Evidentemente, seus três filhos, sobreviventes do divórcio e da ausência da mãe, mostram pouca receptividade, colocando Ricki na desconfortável posição de uma estranha que está alheia a tudo o que acontece na vida deles. Um está noivo, outro é assumidamente gay e a filha tentou o suicídio. No meio dessa turbulenta dinâmica familiar ainda está Maurren, a atual esposa de Pete e que criou os filhos de Ricki.

Maureen é tudo que Ricki não é, e o contraste entre essas mulheres fica bem evidente no primeiro contato que as duas tem quando Maureen retorna de uma viagem, lá pelo meio do filme. Maureen faz o tipo maternal, racional e que sabe cuidar da família e do lar. Ela prepara uma torrada francesa (traduzida como rabanada) em uma cena harmoniosa de café da manhã que, é claro, faz Ricki se sentir excluída e querer voltar para sua vida na Califórnia.

Ricki se parece um pouco com outro personagem de Meryl - a Joanna Kramer, de “Kramer Versus Kramer”, papel que lhe rendeu o primeiro dos três Oscars de sua carreira. Tanto uma quanto a outra, guardadas as proporções, são desafiadas em seu papel como mãe/esposa e decidem partir.

Na produção de 1979, dirigida por Robert Benton, o personagem de Dustin Hoffman, depois de ser abandonado pela esposa, é forçado a se dedicar às funções de pai (que há muito ele negligenciava) e de mãe do pequeno Billy. Um dos momentos que melhor traduz a evolução do relacionamento entre pai e filho também envolve o preparo de torradas francesas

Primeiro, ainda sobre o baque da partida de Joanna, Ted (Hoffman) está todo atrapalhado e quase põe fogo na cozinha. Meses depois, quando a rotina já está de volta ao normal mas uma decisão judicial exige que tudo mude, a torrada aparece novamente coroando uma das cenas mais tocantes da película.

Veja o trailer de "Ricki and the Flash: De Volta Para Casa" aqui.

Em homenagem a esses dois filmes, aqui está o passo a passo para o preparo de torradas francesas.


FRENCH TOAST

Ingredientes:

2 ovos

4 fatias de pão de forma

1 colher de sopa de leite

Manteiga

Modo de Preparo:

Derreta um pouco de manteiga em uma frigideira. Em uma tigela, bata os ovos com o leite. Molhe as fatias de pão com essa misture e depois doure na frigideira quente.






quarta-feira, 2 de setembro de 2015

SANDUÍCHE CAPRESE EM "O AGENTE DA U.N.C.L.E."


O ano de 2015 está sendo muito bom para os filmes de espionagem. De “Missão Impossível – Nação Secreta” a “A Espiã Que Sabia de Menos” e na expectiva pelo lançamento do próximo filme do agente secreto James Bond, “Spectre”, a espionagem rolou solta pelas telonas. “O Agente da U.N.C.L.E”, do cineasta britânico Guy Richie, é mais uma tentativa de emplacar uma película de ação com  nuances de comédia e recheada de intrigas internacionais. A produção estreia no dia 03 de setembro.

Os bonitões Henry Cavill e Armie Hammer fazem os agentes especiais Napoleon Solo e Ilya Kuryakin, um americano e outro russo, que são obrigados a trabalhar juntos em uma missão extraordinária.

O diretor Guy Richie consegue recriar tão bem o clima groovie dos anos 60 que transforma o filme em uma irresistível aventura. Os carros, as paisagens, os figurinos e a trilha sonora – tudo está perfeito em sincronia com a condução rápida e eficaz de Richie.

O filme é a adaptação de uma antiga série de TV de  mesmo nome para os cinemas. Ambientada no auge da Guerra Fria, não faria sentido tentar usar uma atmosfera contemporânea para essa versão. A decisão mais acertada da produção foi realmente manter a trama nos embalos da década sessentista.

Em uma das cenas de ação, o americano Solo (Cavill) está fugindo dos bandidos em uma lancha pilotada pelo russo Ilya. Em uma manobra abrupta, Solo cai na água e nada até terra firme. Ele se esconde em um caminhão, que por acaso tinha uma garrafa de vinho Chianti, um cacho fresco de uvas e um sanduíche. Um típico piquenique italiano (o filme teve várias locações em Nápoles), que eu recrio aqui. Confira com fazer um legítimo sanduíche caprese.

SANDUÍCHE CAPRESE

Ingredientes:

1 pão da sua preferência
Tomate cereja, seco, grape, italiano ou que você gostar mais.
Mussarela de búfala
Azeite
Manjericão

Modo de preparo:
Junta tudo e corre pro abraço!



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

RECRIANDO A REFEIÇÃO IDEAL DE UM HOBBIT FAMINTO: PEIXE COM BATATAS



Depois do sucesso de crítica e bilheteria que foi a trilogia “O Senhor dos Anéis” (2001, 2002 e 2003),  foi com muita expectativa que os fãs receberam a notícia que uma nova adaptação da obra de J.R.R. Tolkien – “O Hobbit” – chegaria aos cinemas.  Entretanto, antes que essa nova trilogia chegasse às telonas, um complicado processo de pré-produção e muita instabilidade nos bastidores marcaram a execução da nova saga da Terra Média.
O diretor Peter Jackson (o mesmo de “O Senhor dos Anéis”) tinha, inicialmente, planejado apenas dois filmes onde ele seria o co-produtor e Guillermo del Toro (de “O Labirinto do Fauno”) seria o diretor. Em 2010, depois de dois anos dedicado ao projeto, Del Toro pediu para ser desligado devido aos problemas financeiros da MGM. Jackson assumiu a direção em outubro do mesmo ano, começando as filmagens no ano seguinte. Logo em seguida, os estúdios (sempre eles) decidiram que o melhor seriam três filmes ($$$) e assim um livro de cerca de 300 páginas para crianças virou uma complexa jornada de fantasia com guerras e etceteras.

As liberdades que Jackson e sua equipe adotaram nos filmes geraram muitas críticas, entre os fãs e a crítica especializada. Começando com “Uma Jornada Inesperada” e seguido de “A desolação de Smaug” e “A Batalha dos Cinco Exércitos”. Os elfos Tauriel (Evangeline Lilly) e Legolas (Orlando Bloom), por exemplo, não estão no livro, o que causou a ira da ala xiita dos adoradores da Terra Média. Muitos questionaram os interesses por trás disso, que resultou numa história deliberadamente esticada para atender expectativas comerciais.

Mesmo que as adaptações de livros para o cinema carreguem o fardo histórico de sempre serem inferiores que sua versão original, as alterações em “O Hobbit” são muito questionáveis. Porém, de forma alguma os três filmes deixam de ser uma boa experiência cinematográfica. Ao contrário: quando pesamos na balança, o saldo é positivo, com uma trama bem orquestrada e uma magnifíca composição visual, já comum aos filmes de Jackson.
Para a receita desse post, vamos seguir do Condado dos Hobbits rumo a Mordor e encontrar Frodo, Sam e Gollum tentado se livrar do famigerado anel. Em “Senhor do Anéis – As Duas Torres” (2002), nossos heróis estão padecendo com as adversidades da jornada (fome, frio, cansaço).

Em uma cena em particular, Smeagol/ Gollum caça um coelho para oferecer ao mestre Frodo. Sam, fiel escudeiro e exímio cozinheiro, improvisa um ensopado. Mas o que ele queria mesmo era pode acrescentar batatas. Ah batatas! Nas palavras de Sam: “Cozidas, amassadas, ensopadas... adoráveis fatias douradas com um bom pedaço de peixe frito”.

Então, atendendo aos ANSEIOS DE SAM e saindo desse momento de sofrência dos personagens,  a receita de hoje é: PEIXE COM BATATAS só que ao invés de FRITO, será ASSADO. Fora que é bem mais simples e acessível que ensopado de coelho.
A receita é do Panelinha.

Veja a cena aqui: 



INGREDIENTES:

800 g de bacalhau em postas;
2 cebolas;
2 tomates;
1 pimentão verde;
1 pimentão vermelho;
1 kg de batata;
1 xícara (chá) de azeitonas pretas;
250 ml de azeite;
pimenta-do-reino a gosto





MODO DE PREPARO:

Numa tigela, coloque o bacalhau e cubra com água. Deixe de molho por 12 horas e troque a água pelo menos 5 vezes.

Corte as cebolas e os tomates em rodelas. Corte os pimentões ao meio no sentido do comprimento. Retire as sementes e corte cada metade em cubos. Descasque as batatas, coloque numa panela, cubra com água e adicione 1 colher (chá) de sal. Leve ao fogo alto e, quando ferver, deixe cozinhar por 10 minutos. Para verificar o ponto, espete um garfo, as batatas devem estar macias.

Escorra a água e deixe as batatas esfriarem. Corte-as em rodelas de 1 cm de espessura.
Em outra panela, coloque o bacalhau dessalgado e cubra com água. Leve ao fogo alto e deixe ferver por 5 minutos. Desligue o fogo e escorra a água.

Preaqueça o forno a 180ºC (temperatura média).

Num refratário, espalhe o bacalhau e arrume todos os outros ingredientes por cima. Regue com o azeite de oliva e polvilhe com a salsinha. Cubra com papel-alumínio e leve ao forno por 30 minutos.
Retire o papel-alumínio e deixe assar por mais 15 minutos. Sirva bem quente.





terça-feira, 18 de agosto de 2015

"A DAMA DOURADA" E A CULINÁRIA AUSTRÍACA



“A Dama Dourada”, já em cartaz nos cinemas brasileiros, conta a história, baseada em fatos reais, de Maria Altmann – uma cidadã austríaca que emigrou para os Estados Unidos nos calores da 2ª Guerra Mundial. Vivida por Hellen Mirren em sua fase adulta, Altmann é herdeira por direito de cinco obras do pintor simbolista Gustav Klimt, entre  elas o retrato de Adele Bloch-Bauer I, também conhecida com “A Dama Dourada”.  Esse e outros trabalhos de artes, que pertenciam a família de Maria, foram furtadas pelos nazistas durante a ocupação da Áustria em 1938.



Em 1998, Maria trava uma 
intensa luta jurídica para reaver sua herança coma ajuda do advogado E. Randol Schoenberg, que foi interpretado por Ryan Reynolds. Apesar de Reynolds ser um ator dramático limitado, ele consegue uma ótima química com Mirren e a relação dos dois é um dos pontos mais fortes do filme.


Livremente inspirado no livro-reportagem de Anne –Marie O’Connor, o filme é uma mescla de suspense com drama de tribunal. O diretor Simon Curtis (de “Sete Dias Com Marilyn”), imprime um bom ritmo de tensão ao retratar a fuga de Maria e seu Marido para a América bem equilibrado com cenas emocionantes na retratação da opressão sofrida pelos judeus.

Mas o que  é mais legal desse filme, é conhecermos um pouquinho mais da Áustria, um belo país com paisagens deslumbrantes e pólo cultural. Vale a pena conhecer também a culinária local que, assim como a alemã, é muito rica e deliciosa.

Confira aqui uma receita de Schnitzel com purê de maça, prato típico da região.

Schnitzel

Ingredientes:

bifes de lombo de porco
farinha de rosca o quanto baste
farinha de trigo o quanto baste
2 ovos inteiros batido
Sal e pimenta do reino
Óleo para fritar

Purê de Maçã:

Ingredientes:

3 maçãs, descascadas e sem sementes
2 colheres sopa de manteiga
1 colher sopa de azeite
1 colher chá de canela
1 colher chá de noz moscada
2 colheres sopa de açúcar mascavo
suco de 1 laranja bem madura






Modo de preparo:

Derreta a manteiga junto com o azeite e adicione os temperos com o suco de laranja. Misture bem, cozinhe por 3 minutos, e adicione as maçãs, fatiadas. Deixe cozinhar em fogo baixo por cerca de 20 minutos. Depois passe a mistura em um mixer ou no liquidificador para que vire um purê.
Abra bem os bifes com o auxílio de um martelo de carne até que fiquem bem largos e fininhos. Tempere com sal e pimenta.
Disponha a farinha de trigo, a farinha de rosca e o ovo batido em pratos largos.  Pegue o bife temperado, passe na farinha de trigo, depois no ovo, depois na farinha de rosca e reserve.
Aqueça bem o óleo numa frigideira antiaderente. Frite os bifes empanados por imersão. Use uma toalha de papel para absorver o excesso de gordura.

Sirva com uma salada de rúcula ou agrião. 



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

DOIS FILMES, UM TEMA E UM PRATO - CRÍTICA DE "REAL BELEZA" E "LINDA DE MORRER"


Dois filmes nacionais exploram o tema da beleza com pegadas bem diferentes: “Real Beleza”, de Jorge Furtado, já está em cartaz, e “Linda de Morrer”, de Cris D’Amato, previsto para estrear em todo o Brasil no dia 20 de agosto.

O veterano Jorge Furtado, abandona sua zona de conforto das comédias (“O Homem Que Copiava” e “Meu Tio Matou Um Cara”) para apostar em um drama com nuances melodramáticas. O resultado é o filme “Real Beleza”, estrelado pelo também casal na vida real Vladimir Brichta e Adriana Esteves. A produção é, na verdade, uma bela reflexão sobre o tempo, algoz da beleza em muitos sentidos.

Na história, João, o fotógrafo vivido por Brichta, encontra na jovem Maria a resposta para seu dilema profissional. Ele só não contava que os pais da menina, em especial o pai (Francisco Cuoco em grande atuação), não estariam dispostos a deixar a filha abdicar dos estudos para seguir a carreira de modelo.

Comprometido a fazê-los mudar de ideia, João vai até a casa da menina e, para sua surpresa, Maria está fora da cidade, acompanhando o pai em uns exames. Na casa está apenas a mãe – Anita (Adriana Esteves). João acaba sendo convencido por Anita a pernoitar na propriedade e eles, inevitavelmente, se envolvem.

Muito além dessa história não tão romântica mas muito melancólica, “Real Beleza” propõe o diálogo sobre o verdadeiro sentido do belo, seja ela na forma da jovem Maria ou no olhar cansado, porém profundo e sábio de Anita. O contraste entre o efêmero e o eterno, chega nas ponderações francas de Pedro (o pai) que em vários diálogos com João revela que leu muitos livros, mas não escreveu nada, apreciou muitos quadros mas não pintou nada, ouviu muitas sinfonias, mas não compôs nada. O desespero de não ter construído um legado o faz repensar sua própria existência e nos faz pensar sobre a vida que escolhemos viver e a herança que devemos deixar.


Essa mesma reflexão chega por outra via, através da comédia “Linda de Morrer”, estrelada por Glória Pires e sua filha Antonia Morais. Usando o viés cômico, o filme se propõe não só a entreter mas fazer as pessoas pensarem em temas como vaidade, excessos e egoísmo. Apesar de ser uma comédia fraca que abusa de lugares comuns e atuações caricatas, o filme tenta, ao menos, oferecer algum tipo observação sobre os abusos estéticos cometidos por muitas mulheres.

No filme, a doutora Paula Lins descobre a cura da celulite através de uma pílula que supostamente não tem efeitos colaterais. Entretanto, a própria Paula acaba vítima dos efeitos do seu medicamento e caba morrendo em plena festa de lançamento de seu produto. Depois de descobrir o que aconteceu, já no além, ela (em forma de espírito) vai atrás Daniel, que tem o “dom” de ver e ouvir espíritos. Ela espera que o rapaz a ajude a revelar os perigos de tomar a droga e assim salvar a vida de várias mulheres.

No embate entre drama e comédia, entre um filme bom e um regular e entre Beatriz e Inês (Glória Pires e Adriana Esteves são antagonistas na novela “Babilônia”) ficam duas produções que exploram a estética mas que alcançam diferentes resultados.


*****
No prato:

“Real Beleza” se passa no sul do Brasil e tem várias cenas à mesa. Em uma dessas cenas, os personagens comem um prato bem típico da região que é o bolo do milho – uma receita tradicional e muito simples de fazer.

Veja o passo a passo:

Bolo de Milho

Ingredientes:

1 lata de milho verde
2 xícaras de chá de açúcar
2 xícaras de chá de leite
1 xícara de chá de coco ralado
4 ovos
4 colheres de sopa de manteiga
4 colheres de sopa de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó
Açúcar de confeiteiro para enfeitar

1 lata de milho verde
4 ovos
2 xícaras de açúcar
1 xícara de coco ralado
4 colheres de farinha de trigo
4 colheres de manteiga

2 xícaras de leite
Modo de Preparo:

Bata todos os ingredientes em um liquidificador e despeje a massa batida em uma assadeira untada. Leve ao forno à 180ºC até dourar por cima. Atenção: a consistência desse bolo é mais cremosinha mesmo, por isso recomento usar uma assadeira retangular para que asse de forma mais homogênea.