Uma
característica muito comum entre os cineastas é repetir, frequentemente, a
escalação de determinados atores. Alguns conseguem estabelecer parcerias
mais longas que muitos casamentos em Hollywood. Tim Burton e Johnny Depp,
Scorsese e Robert de Niro, Scorsese e Leonardo DiCaprio, Christopher Nolan e
Michael Caine, Tarantino e Samuel L. Jackson, David Fincher e Brad Pitt, só
para listar alguns exemplos de várias duplas de sucesso. Mas a que eu quero
mencionar aqui é Ridley Scott e Russell Crowe.
O
primeiro trabalho dos dois juntos foi “Gladiador” (2000), que rendeu a Crowe
seu primeiro (e único) Oscar e ainda foi premiado em outras quatro categorias
(Filme, Figurino, Som e Efeitos Visuais). Depois de um hiato de seis
anos, os dois voltaram a trabalhar juntos em “Um Bom Ano” (2006), “Gângster
Americano” (2007), “Rede de Mentiras” (2008) e “Robin Hood” (2010).
“Um Bom Ano” é a única comédia dirigida por Ridley
Scott. Além de Russell Crowe, Marion Cotillard (que
logo depois ganharia o Oscar de Melhor Atriz, por “Piaf – Um Hino Ao Amor”) e Abbie Cornish (do remake de
“Robocop” de José Padilha) também estão no elenco. O filme é ambientado no
sul da França, na região da Provença.
Crowe
é Max Skinner, um inglês que trabalha no mercado financeiro. Ao descobrir que
seu tio Henry faleceu e ele é seu único herdeiro, Max terá que retornar a
Bonnieux, na França, para se desfazer do imóvel do tio e outras coisas. Ele só
não contava que ao chegar lá, todas as memórias de sua infância voltam com
força total trazendo uma transformação sem retorno na vida de Max.
A
produção não foi um grande sucesso de bilheteria, entretanto, não se pode negar
que Scott provê uma fotografia ímpar ao filme, abusando das belas paisagens
naturais da região. Um filme que desperta todos os nossos sentidos e nos faz
querer largar tudo e viver uma vida simples numa cidadezinha como aquela. A
região da Provença é famosa por seu vinho rosé, pelas plantações de lavanda e
pela culinária típica.
Em
uma das cenas do filme, Max e sua prima (Abbie Cornish) são convidados para um
legítimo banquete à moda provençal preparados pelo vigneron Duflot,
que trabalhava para o tio de Max. No menu do jantar temos: caviar de berinjela,
cotovias, cogumelos da região e javali selvagem marinado no vinho tinto.
O
caviar de berinjela é bem simples de fazer e é um aperitivo muito comum. Serve-se como pasta acompanhada de pãeszinhos. O prato tem esse nome porque as sementes da berinjela lembram as ovas que formam o caviar. Esta é a minha
versão da receita.
Caviar d’aubergine
Ingredientes:
1
berinjela
1
dente de alho
Alecrim
e tomilho a gosto
Sal
Azeite
Coentro
200g
de creme de leite fresco
Suco
de meio limão espremido
Pimenta
do reino ralada na hora
Modo de Preparo:
Corte
a berinjela no sentido longitudinal.
Faça
cortes superficiais cruzados como na foto.
Esfregue
um dente de alho na superfície das duas metades.
Em
uma metade coloque alecrim e na outra, tomilho.
Regue
com azeite e coloque uma pitada de sal.
Com
o alho no meio junte as metades da berinjela e enrole em uma folha de papel
alumínio.
Leve
ao forno à 230 graus por 40 minutos.
Com
o auxílio de uma colher raspe a polpa de berinjela.
Em
uma tábua de corte, despeje a mistura e com uma faca, dê batidinhas no creme.
Leve
ao fogo por cerca de 30 segundos em uma panelinha com azeite.
Retire
do fogo e acrescente o coentro e o creme de leite.
Acrescente
o limão.
Finalize
com pimenta do reino moída na hora e corrija o sal.