sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O BOBÓ DO FORREST GUMP

Se um dia me perguntarem qual filme eu acho incrível, com certeza a resposta será "Forrest Gump". Eu realmente amo esse filme. Na verdade, parafraseando Sheldon Cooper: "I love my mother. My feelings for that movie are so much greater" LOL. 

Dirigido por Robert Zemeckis (da trilogia "De Volta Para o Futuro", "Náufrago"e "O Voo"), Forrest arrematou seis estatuetas do Oscar. Foi o segundo Oscar consecutivo de Tom Hanks na categoria de Melhor Ator. (Atenção! Spoilers logo abaixo) 

O filme encanta porque reúne todos os elementos cinematográficos, técnicos e artísticos, de uma forma sensacional. O roteiro é leve, coeso e emocionante. A direção e a montagem são precisas e corretas. A fotografia é linda. As interpretações são de tirar o fôlego. A trilha sonora é uma preciosidade. Tudo é perfeito. 

A história do jovem menino limítrofe que supera as adversidades e conquista grandes feitos recebem um toque muito atrativo ao acompanharmos em paralelo a história contemporânea dos Estados Unidos e suas principais transformações sócio-culturais. 

A importância desse filme para a história do cinema é indiscutível. São várias as frases que ficaram imortalizadas na memória afetiva de seu público. "A vida é como uma caixa de chocolates. Você Nunca sabe o que irá pegar"; "Você deve fazer o melhor com aquilo que Deus lhe Deu"; "Idiota é quem faz idiotices"... e por aí vai.

Na seqüência da Guerra do Vietnã, Gump conhece Bubba, que se torna seu melhor amigo. Bubba tem o sonho de pescar e vender camarões depois que a guerra acabar. Com o falecimento de seu amigo, cabe a Forrest dar continuidade ao sonho de Bubba.

Enquanto estão no treinamento, Bubba não para de tagarelar sobre as imensas possibilidades de pratos que podem ser feitos com esse fruto do mar.
Ele diz: "Anyway, like I was sayin', shrimp is the fruit of the sea. You can barbecue it, boil it, broil it, bake it, saute it. Dey's uh, shrimp-kabobs, shrimp creole, shrimp gumbo. Pan fried, deep fried, stir-fried. There's pineapple shrimp, lemon shrimp, coconut shrimp, pepper shrimp, shrimp soup, shrimp stew, shrimp salad, shrimp and potatoes, shrimp burger, shrimp sandwich. That- that's about it." 

Assista à cena (a qualidade tá meio tosca): 




A parceria deu tão certo que virou loja/restaurante de verdade. Quando eu estive em NY deu uma passadinha lá. Achei meio caro. Acabei que não consumi nada. Só tirei foto mesmo rs.

Trazendo o Bubba Gump aqui pro Brasil, a receita de hoje será de um Bobó de Camarão.



Ingredientes:
500 g de camarão médio limpo
1 kg de mandioca 
4 colheres (sopa) de azeite 
3 dentes de alho 
4 colheres (sopa) de manteiga 
1 cebola 
1 pimentão vermelho
200 ml de leite de coco 
4 colheres (sopa) de azeite de dendê 
sal e pimenta-dedo-de-moça a gosto
2 colheres (sopa) de coentro fresco

Modo de Preparo:
Numa tábua, pique os dentes de alho, a cebola, o coentro e a pimenta dedo-de-moça. Corte o pimentão ao meio no sentido do comprimento, retire as sementes e corte em cubinhos. 

Descasque a mandioca e corte em pedaços grandes. Transfira para uma panela e cubra com água. Leve ao fogo alto e deixe cozinhar até que a mandioca fique macia. 

Numa frigideira, coloque o azeite de oliva e leve ao fogo médio. Quando esquentar, acrescente o alho e refogue até dourar. Aumente o fogo, adicione os camarões e refogue por 3 minutos. Reserve. 

Em outra panela, coloque a manteiga e leve ao fogo médio. Quando derreter, acrescente a cebola e o pimentão. Refogue por cerca de 5 minutos. Reserve. 

No liquidificador, bata a mandioca ainda quente, o leite de coco, o azeite de dendê e o refogado de cebola com pimentão até obter um creme homogêneo. Se o copo do liquidificador for pequeno, bata os ingredientes em duas etapas. 

Numa panela grande, coloque o camarão refogado, o creme de mandioca e leve ao fogo alto. Quando ferver, tempere com sal e pimenta dedo-de-moça picada. Desligue o fogo e adicione o coentro. Misture bem e sirva quente.

domingo, 18 de agosto de 2013

FRANGO COM AMEIXAS


"Frango Com Ameixas" é uma produção dos mesmos criadores da incrível animação "Persepólis" de 2007. Uma narrativa não linear que mostra a vida de Nasser Ali, um músico que perde o prazer de tocar, e abdica da vida. Um longa muito bem dirigido, com um roteiro simples, porém coerente e sensível. A veterana Isabella Rossellini aparece como mãe de Nasser Ali.

O filme é um ensaio sobre o sofrimento de um coração partido e como esse sentimento aperfeiçoa a arte. Quando o protagonista perde a única coisa que ainda o liga com a humanidade ele decide que a vida não tem mais nada para lhe oferecer.

Família, amigos, comida, cinema... nada disso tira Nasser Ali de seu estado catatônico em relação à vida. Ele se tranca em seu quarto para morrer. E depois de oito dias ele consegue. Daí acompanhamos em flashbacks a jornada dele e como a profundeza de sua decepção amorosa se perpetuou irremediavelmente ao longo dos anos. 

Apesar de ser uma drama, o diretor conseguiu dar leveza à produção com nuances de comédia e recursos gráficos como a animação em alguns momentos.

E como não poderia deixar de ser a receita deste post é Frango Com Ameixas.

Ingredientes:

1 kg de frango à passarinho
1 xícara de chá de molho inglês
1/2 xícara de chá de vinagre balsâmico
1/2 xícara de chá de açúcar mascavo
3 dentes de alho socados
2 colheres de chá de sal
3 colheres de chá de molho de pimenta
2 xícaras de ameixas pretas sem caroço

Modo de Preparo:

Disponha as peças de frango em um refratário que possa ir ao forno

Em uma tigela misture todos os ingredientes e despeje a mistura sobre o frango
Leve ao forno por cerca de 1 hora coberta com papel alumínio e depois deixe dourar por mais meia hora sem o papel. Troque de refratário para servir.
Está pronto! Bom apetite!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O GNOCCHI DE O PODEROSO CHEFÃO PARTE III


“O Poderoso Chefão-Parte III” encerra a aclamada trilogia de Francis Ford Coppola sobre uma família de mafiosos. A máfia italiana é retratada nesses três segmentos de uma forma impressionante, visceral e emocionante. A vida da família Corleone nos intriga e nos fascina desde 1972, quando estreou a primeira parte. No capítulo final, acompanhamos o fim da vida de Michael (Al Pacino) e a ascensão de um novo “Padrinho” (Andy Garcia).

Apesar de a Parte III ser considerada mais fraca, ainda sim é um excelente filme. Temos a maioria dos atores reprisando seus papéis e percebemos a evolução das personagens que amadureceram tanto quanto seus intérpretes. 

Na história, Mary (Sofia Coppola), filha do Don Corleone, tem uma paixonite pelo seu primo Vincent que almeja se tornar o novo Don. Um dia, Mary vai visitar o primo e ele está fazendo gnocchi. 


Acompanhe o passo a passo:
*OBS: Ao invés de fazer um molho à bolonhesa ou ao sugo, preferi fazer um molho branco que eu gosto mais. 

Gnocchi.

Ingredientes:
4 batatas grandes
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 gema
Sal e azeite

Modo de Preparo:
Cozinhe as batatas até ficarem completamente macias. Teste perfurando-as com um garfo.

Passe as batatas por um esmagador. Adicione a farinha e a gema e uma pitada de sal.

Trabalhe a massa até ficar no ponto, mas ainda um pouco grudenta.
Faça rolinhos e, com uma faca, corte em quadradinhos.


Leve uma panela de água com sal e azeite ao fogo. Quando ferver, coloque os quadradinhos.
Quando eles subirem retire com o auxílio de uma escumadeira.
Coloque-os em uma tigela com ½ xícara de chá de água com duas colheres de sopa de azeite, para que não grudem. 

Prepare o molho de sua preferência e misture com o gnocchi em um refratário. Cubra com queijo parmesão e leve ao forno para gratinar.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

FILMES ADOLESCENTES E TORTA DE MAÇÃ


Nos anos 70, vimos o nascer de um fenômeno que mudaria completamente a lógica de mercado de Hollywood. Os "blockbusters" foram criados para transpor as telas do cinema  se transformando em franquias comerciais atingindo diferentes mídias. 
São conhecidos como "filmes de verão", que tendem a abraçar o público mais jovem (que está de férias em julho nos Estados Unidos) e que vão consumir tudo o que o filme poderá gerar de produto. O primeiro registro desse conceito veio com a estreia de "Tubarão", de 1975. 2 anos depois, em 1977, chegamos a outro patamar de blockbuster com a estreia de "Star Wars". 

O direcionamento de Hollywood para alcançar plateias mais jovens ganha força na década de 80, com filmes feitos especificamente para adolescentes. Toda uma geração foi marcada pelos dramas escolares liderados pelo Brat Pack de Emilio Estevez, Anthony Michael Hall, Rob Lowe, Demi Moore, Molly Ringwald, Andrew McCarthy e Ally Sheedy. 

Na década seguinte, os filmes para adolescentes ganha uma faceta menos crítica e mais bobinha com filmes como "As Patricinhas de Beverly Hills", de 1995 e "Nunca Fui Beijada", de 1999. Mas, neste mesmo ano, temos a estreia de "American Pie - A Primeira Vez a Gente Nunca Esquece" que foi um expoente na categoria, tornando-se uma rentável franquia que gerou milhões de receita e várias continuações. 

Dirigido por Paul Weitz, "American Pie" não é exatamente um prodígio de roteiro, mas é um exemplo bem sucedido de filmes para o público jovem que se comunica com efeito com seu target, virando referência para uma geração. Me corrijam se eu estiver errada, mas depois de "American Pie", pouco se viu de franquia de comédia para adolescentes que fizesse tanto sucesso, excluindo-se os filmes de sátira (aos próprios filmes do gênero). 

O início dos anos 2000 tomou uma outra curva na estrada, abraçando a fantasia de Harry Potter, Crepúsculo e afins. As escolas passaram a ser retratadas com a imbecilidade de "High School Musical" ou com algum filme medíocre da Lindsay Lohan e Amanda Bynes. "Superbad" é um respiro louvável. Mas acho que os filmes da família Apatow são algo muito maior e que não podem ser rotulados somente como filmes para adolescentes. 

A história de Jim e seus amigos na saga para perder a virgindade antes de ir para a faculdade não é original, mas ganha ares de modernidade com o advento da internet e toca numa questão importante que é a comunicação entre pais e filhos. Jim e seu pai tem uma conversa séria sobre sexo, que embora constrangedora (para eles, e hilárias para nós) mostra como é legal retratar os pais como parceiros e não inimigos que punem (como em "10 Coisas que eu Odeio Em Você"). 

E para coroar esse post, hoje vamos fazer uma tradicional Apple Pie!!!

Massa

Ingredientes:



4 xícaras (chá) de farinha de trigo 

1 pitada de sal 

200 g de manteiga gelada
1 colher de (sopa) de açúcar
1 colher de (sopa) de fermento para bolo
1 lata de creme de leite
1/2 xícara (chá) de farinha de rosca

Modo de Preparo:

Coloque a farinha, o sal, o açúcar e o fermento num recipiente e misture bem. Acrescente a manteiga gelada em pedacinhos e misture com a ponta dos dedos até obter uma farofa. 
Misture o creme de leite e trabalhe a massa até virar uma bola. Reserve 1/3 dessa massa.


Abra a massa em uma superfície lisa, coberta de farinha de trigo. Use um rolo de macarrão. Disponha sobre uma forma e fure o fundo com um garfo para não inflar. Coloque uma folha de papel manteiga e por cima cubra de feijões para fazer peso. Leve ao forno pré-aquecido a 180 graus por 10 minutos.


Nesse ponto, comece a fazer o recheio.

Ingredientes:
4 maçãs médias
1 1/2 colher (chá) de canela em pó 
1/2 colher (chá) de noz-moscada ralada
1 colher (sopa) de essência de baunilha 
suco de 1 limão 
1 xícara (chá) de açúcar 

Modo de Preparo:
Descasque as maçãs e corte-as em fatias bem finas. 
Coloque todos os ingredientes num recipiente grande e mexa bem para que as maçãs absorvam os temperos.



Com a massa levemente assada, descarte os feijões e coloque no fundo 1/4 xícara de chá de farinha de rosca para que ela absorva os líquidos do recheio. Despeje o recheio, e complete com o resto da farinha de rosca.

Abra o restante da massa e cubra a torta, fazendo um corte em forma de "xis" no centro para que saia o vapor.

Use as sobras de massa para decorar


Asse por cerca de uma hora em forno pré-aquecido a 180 graus. Uns 10 minutos antes de tirar do forno, pincele uma gema por cima.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

TORRADAS E TORTA DE LIMÃO


"Toast - A História de Uma Criança Com Fome", de 2010, é uma adaptação da autobiografia do escritor culinário Nigel Slater. Freddie Highmore (lembram dele da "Fantástica Fábrica de Chocolates", versão Tim Burton?) interpreta Nigel em sua fase adolescente. Esse menino conseguiu superar o estigma entre atores que fazem sucesso quando criança e depois caem no ostracismo (Tatum O'Neal, Haley Joel Osment, etc). Atualmente, Freddie abraçou a difícil missão de interpretar o lendário personagem Norman Bates, do terror Hitchcockiano "Psicose", no seriado "Bates Motel".

Nesse drama leve, a mãe de Nigel é uma negação na cozinha, sabendo preparar nada mais que torradas. Qualquer tentativa de Nigel (que já demonstra um interesse natural pela culinária) de preparar algo que fuja ao trivial é encarado como uma coisa terrível. Mais pelo pai dele, um sujeito chato e autoritário. Quando a mãe de Nigel falece, seu pai arruma uma mulher (Helena Boham Carter) para ajudar nos serviços domésticos. E com seus atributos culinários (além de outros atributos) seduzem o pai de Nigel. Logo ela passa de doméstica a dona do pedaço. A antipatia entre Nigel e a nova madrasta é instantânea. E os dois passam a disputar a atenção do pai através de um batalha gastronômica. Presenciamos uma verdadeira guerra, que dura anos, somente pela atenção desse velho ranzinza. Nigel, coitado, nunca leva a melhor.

O maior desafio de Nigel é desvendar a torta de merengue de limão que é o maior trunfo de sua rival. Vamos entrar nessa disputa e preparar uma torta melhor que a deles rs


Torta de limão:

Massa

Ingredientes:
2 gemas
2 colheres de chá de açúcar
2 colheres de chá de margarina
2 colheres de chá de maisena
farinha de trigo o quanto baste
1 pitada de sal
uma colher de café de fermento em pó

Modo de Preparo:

Misture todos os ingredientes em uma tigela e vá adicionando a farinha de trigo até que a massa descole das mãos. Em uma área polvilhada com farinha de trigo, abra a massa com um rolo de macarrão.

Leve ao forno, em temperatura média, por cerca de vinte minutos.



Recheio

1 lata de leite condensado
1/2 limão
Misture tudo em um refratário

Quando sua massa estiver assada e se sua forma não tiver fundo falso, desenforme-a e coloque em um outro recipiente que possa ser levado ao forno. Despeje o recheio com cuidado. Não esqueça de untar antes.

Cobertura

2 claras em neve
2 colheres de açúcar
raspas de casca de limão

Bata as claras em neve até que forme picos firmes. Despeje sobre o recheio. Cubra com raspas de casca de limão.





Leve novamente ao forno para dourar. Bom apetite!



sexta-feira, 14 de junho de 2013

HISTÓRIAS CRUZADAS (FRANGO FRITO DA MINNY)

"Histórias Cruzadas", de 2011, é uma daquelas produções de época, que tratam do racismo nos Estados Unidos, e que geram reações polarizadas e apaixonadas. Uns acharam muito sentimentalóide e um retrato distorcido da época. Outros, julgaram uma adaptação adequada e importante em sua mensagem. Li uma crítica, certa vez, em que um cara questionava o fato de um filme sobre negros ter uma protagonista branca. Aí eu já achei um tremendo equívoco. Engana-se quem acha que a personagem de Emma Stone é a protagonista. Ela é meramente escada para Viola Davis brilhar. E Viola brilhou, tanto que foi indicada ao Oscar na categoria de Atriz Principal e não Coadjuvante. Tá certo que ela perdeu para Meryl Streep, mas aí já é outra história.

Já que tocamos no assunto Oscar, fiquei muito feliz por Octavia Spencer ter levado. Apesar de eu amar a Celia Foote da Jessica Chastain, achei o trabalho de Octavia impecável. E espero sinceramente que ela abrace outros projetos dignos de seu talento, porque seu histórico é bem fraquinho.

Outro destaque é para Bryce Dallas Howard, filha do famoso diretor Ron Howard. Ela defende sua "vilã" com muita garra e energia. Emma Stone é uma atriz extremamente carismática e precisava de uma rival à altura. Bryce domina de forma espetacular a dondoca racista que finge não ser.

Uma das melhores coisas do longa, é ser um retrato do sul dos Estados Unidos, em uma época muito delicada, sem cair no estereótipo de mau gosto. E as cenas de refeições são um deleite para o espectador. Somos brindados com diferentes pratos típicos da região que infelizmente ficam só na televisão.

Mas, o Cinema no Prato está aqui para te ajudar a mudar isso. Vamos desvendar a receita do famoso frango da Minny. Pesquisei várias fontes e descobri um monte de versão diferente para o legítimo frango sulista. Então eu resolvi testar a que mais se aproximou da minha realidade e que ficou mais parecida com a do filme.

Minny recomenda usar Crisco, como gordura, para fritar o frango. Entretanto, esse produto não é comercializado no Brasil (não que eu saiba). O Crisco é um tipo de gordura vegetal que dizem não ser muito saudável. Eu fiz com óleo de soja mesmo e tive um bom resultado.

Vamos para o para o passo a passo?

Ingredientes:

500g de coxinha da asa
farinha de trigo o quanto baste
alho, sal e pimenta do reino
Óleo

Modo de Preparo:

Tempere o frango com o alho, sal e pimenta do reino à gosto. Espere por cerca de uma hora para o tempero penetrar na carne. Em um saco plástico, coloque a farinha de trigo e as coxinhas. Sacuda até que elas fiquem completamente revestidas. Esquete o óleo em uma panela grande. Quando estiver quente o suficiente, coloque as coxinhas. Frite até que fiquem bem douradas. Disponhas as coxinhas em papel absorvente para retirar o excesso de gordura.
Quando eu fiz, ainda adicionei um molhinho picante que deu toque bem legal. Derreti manteiga com uma colher de açúcar mascavo e uma colher de molho de pimenta. Depois acrescentei 
meio limão e espremido. Pronto! É só isso. Bom apetite!




segunda-feira, 20 de maio de 2013

CELESTE E JESSE PARA SEMPRE

Filmes de fim de relacionamento costumam ser previsíveis, piegas e um pouco inverossímeis. Isso praticamente descreve a maioria das comédia românticas (que eu amo, não se enganem). Mas o que mais me atraiu na dramédia "Celeste e Jesse Para Sempre", são os esforços da roteirista e protagonista do filme, Rashida Jones, de fugir da mesmice. Esse esforço realmente valeu a pena, pois o resultado foi uma bela reflexão sobre o término de uma relação muito afetuosa.

Celeste e Jesse eram, não só um casal, mas também os melhores amigos. A sintonia dos dois é perfeita. Eles têm suas próprias piadas. São carinhosos e atenciosos um com o outro. Levam a relação com muito bom humor. E isso se mantém depois do fim do casamento que os uniu por seis anos. Seis meses após o fim da relação eles ainda são melhores amigos e convivem numa boa.

Só que, infelizmente, isso é muito, muito, muito difícil sustentar por muito tempo. Logo outras pessoas aparecem e a realidade cai como uma bomba. Celeste tem dificuldade de aceitar que Jesse está em outro relacionamento. Ela está em estado de completa negação. Muito confusa, ela tenta fingir que não liga, tenta sair com outros caras, mas o que ela deveria estar vivento é o luto necessário pelo término. Precisa-se de tempo para aceitar e processar certas coisas. E esse tempo de cura é essencial para estar pronto para uma nova relação. Engatar um outro relacionamento de cara e não querer lidar com a dor é simplesmente tentar substituir uma pessoa pela outra.

Uma das partes mais emocionantes do filme é o discurso de Celeste como madrinha de casamento de sua amiga. Esse é o trecho mais tocante:

"Beth e Tucker, vocês têm sorte de serem melhores amigos. Trabalhem duro e respeitem isso. Isso não vem fácil. Sejam pacientes. Não pensem que estão certos o tempo todo. E se você estiver, isso não interessa de qualquer maneira. Lutem por isso, todos os dias. Eu gostaria de ter feito isso."

E é isso que eu penso ser a base de uma relação: a amizade. A bobeira de rir juntos por coisas idiotas. A compreensão e o companheirismo. O zelo e o carinho. Tudo isso tem que estar no pacote.

Manteiga derretida que sou, chorei na parte onde Celeste peguntar a Jesse se ele ama sua atual companheira. E Jesse admite que sim. Ouvir da pessoa amada que esta ama outra pessoa é uma das dores mais profundas que eu já passei.

Bem, chega de sentimentalismo. Parte da transição de Jesse envolve sua mudança de alimentação. Ele se torna um vegan (um tipo de vegetariano xiita). Em um momento do filme ele pede em um restaurante uma Enchilada Vegana, que é uma versão natureba da comida mexicana. Anotem a receita:

Ingredientes:

4 tortilhas de farinha de trigo (compra-se pronta no supermercado)

75 g de queijo a base de soja, ralado 

75 g de espinafres 

2 colheres de sopa de azeite 
Milho Verde de latinha
1 colher de sopa de ervilhas 
1 pimenta vermelha, sem sementes e cortado em cubos 
1 cenoura, cortada em cubos 
2 dentes de alho espremidos
1 pimenta tipo malagueta vermelha, picada 
Sal e pimenta


Molho:


4 tomates esmagados 

1 dente de alho

1 colher de chá de pimenta do reino

1/2 cebola ralada

Modo de Preparo:

Refogue os espinafres numa panela com água fervente por alguns minutos. 

Escorra bem, retirando o máximo de líquido e pique-os.

Aqueça o azeite numa frigideira em fogo médio. 

Junte o milho, as ervilhas, a pimenta, a cenoura,o alho e a malagueta cozinhe por uns 5 minutos.
Junte os espinafres e tempere bem com sal e pimenta a gosto.
Para o molho, coloque todos os ingredientes numa frigideira de fundo grosso e deixe ferver, mexendo constantemente. 
Cozinhe em fogo alto, mexendo constantemente durante 20 minutos, até engrossar e reduzir para um terço o seu volume.
Espalhe um quarto do recheio pelo centro de cada tortilha. Enrole as tortilhas em volta do recheio e coloque-as, com a abertura para baixo, numa única camada dentro de uma assadeira.
Verta o molho sobre as tortilhas e polvilhe com o queijo. 
Cozinhe no forno previamente aquecido, a 180º C, durante 20 minutos até o queijo derreter e dourar.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

UM BEIJO ROUBADO

Norah Jones é uma cantora tão bem sucedida que em sua curta carreira já conquistou o total de doze grammys. Em 2007, ela se deu ao luxo de se arriscar como atriz no adorável filme "Um Beijo Roubado", de Wong Kar Wai.


O cineasta Wong Kar Wai é conhecido por belos trabalhos com tons experimentais e intimistas, como "Amor à Flor da Pele" e "Felizes Juntos". Em "Um Beijo Roubado", seu primeiro trabalho com artistas hollywodyanos, ele teve o prazer de reunir, além de Norah, Rachel Weisz, Natalie Portman, Jude Law, entre outros.

Na história, Elizabeth (Jones), depois de sair de uma relação ruim, resolve embarcar em uma longa viagem para refletir sobre suas questões. No caminho, ela cruza com vários tipos de pessoas com diferentes problemas pessoais.

Essa jornada começa e termina com o relacionamento dela com o dono de bar, Jeremy (Law). Os dois se tornam amigos e passam a compartilhar uma torta de mirtilo toda noite, depois que ele encerra o serviço. E em uma dessas noites, Elizabeth cochila em cima do balcão e Jeremy não consegue se deter e rouba-lhe um beijo. Logo depois disso, ela parte em sua viagem.

Uma das indagações de Elizabeth é justa e faz sentido: "como dizer adeus a uma pessoa que você não se imagina vivendo sem ela?" Para quem já passou por isso sabe que é extremamente doloroso.

E, no final, a conclusão que ela chega é: "Me custou quase um ano para chegar aqui. Não foi tão difícil atravessar essa estrada. No fim das contas, tudo depende de quem está te esperando do outro lado".

A receita, em homenagem ao filme, será a Torta de Mirtilo. A receita é do chef francês Henri Schaeffer .

Ingredientes:
375g de açúcar
250g de farinha de trigo
150g de manteiga
1 ovo
1 pitada de fermento químico em pó

1 pitada de sal (equivalente a 3 g)

300g de mirtilo

Farinha de trigo para polvilhar

Rolo de abrir massa
Forma para torta

Modo de preparo:
Massa

Em uma batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um ponto consistente (equivalente a uma pomada). Acrescente, aos poucos, a farinha de trigo, o sal e o fermento e, por último, o ovo, batendo sempre, em velocidade baixa. Reserve a massa na geladeira.

Creme de amêndoas
100 g de manteiga
100 g de açúcar
100 g de farinha de amêndoas
2 ovos
Bata a manteiga e o açúcar na batedeira até a mistura ficar cremosa. Em seguida, adicione, aos poucos e batendo sempre, a farinha de amêndoas e, por último, os ovos. Misture até obter o ponto cremoso. Reserve.
Montagem da torta
Retire a massa da geladeira. Polvilhe uma superfície lisa com farinha de trigo e abra a massa com um rolo. Forre a fôrma com a massa e leve ao forno preaquecido a 170ºC por cerca de 5 minutos. Retire do forno e despeje todo o creme de amêndoas por cima da massa. Leve novamente ao forno a 170ºC e deixe por cerca de 10 minutos ou até que a massa fique dourada e o recheio, com uma consistência firme. Retire do forno, deixe esfriar e, em seguida, espalhe o mirtilo por cima.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A FESTA DE BABETTE (SALADA DE ENDÍVIAS)

O filme "A Festa de Babette", de 1987, é um bom exemplo de um excelente filme dinamarquês, muito antes do Dogma 95 de Lars Von Trier e Thomas Vinterberg.

A história se passa no século XIX, onde duas irmãs vivem em um pequena comunidade com o pai que é o líder religioso local. Um dia, a francesa Babette chega ao vilarejo a procura de emprego, pois ela teve que fugir da França.

Durante 14 anos, Babette serve fielmente a família até a morte do pai das mulheres. Nesta ocasião, ela propõe servir um jantar para a comunidade ao melhor estilo francês. Mesmo receosas, as irmãs acabam concordando. Babette, que recentemente ganhou 10.000 francos na loteria, usa esse dinheiro para prover os elementos do banquete, sem que as irmãs saibam. Com o talento  culinário de Babette, aquelas pessoas usufruem do melhor jantar de suas vidas. Ao fim da festa, ela revela ter sido uma importante chef na França e que gastou todo o seu dinheiro para preparar o jantar. Chocadas, as mulheres falam a francesa: "Agora você será pobre para sempre". Babette replica: "Um artista nunca é pobre".

Babette, na verdade, oferece esse jantar não só para a felicidade daqueles que o degustaram, mas para reviver seus momentos de glória como uma grande chef. É aquela sensação boa que temos quando terminamos uma tarefa extenuante, mas com aquele gostinho em que tudo valeu a pena.  

A produção foi merecidamente premiada com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1988 e logo se tornou um clássico entre os filmes com apelo gastronômico.

O banquete oferecido por Babette contou com receitas exóticas como sopa de tartaruga e caviar. Escolhi uma receita do filme que é mais simples e portanto mais provável de ser executada com sucesso: salada de endívias.

Ingredientes:

4 endívias
100gr de nozes picadas

Azeite

Mel

Aceto Balsâmico

Sal
Pimenta do reino


Modo de Preparo:

Corte as endívias em sentido longitudinal em fatias.

Pique as nozes

Em uma tigela, misture o azeite, o aceto e o mel até obter uma mistura homôgenea e brilhante.

Coloque as nozes sobre as endívias e regue com o molho.

terça-feira, 14 de maio de 2013

MEIA NOITE EM PARIS

Com um dos roteiros mais interessantes já visto, o filme "Meia Noite Em Paris" traz Woody Allen em sua melhor forma. Paris, por si só, é um excelente chamariz para locação e Woody consegue resgatar a magia dessa cidade na década de 20 e ainda imprimir sua marca de originalidade de forma brilhante.

Gil (Owen Wilson) é um roteirista de cinema, frustrado com a indústria, que quer se tornar um romancista. Ele está em Paris com a família de sua noiva um pouco antes da grande data. Entretanto, essa viagem mudará sua vida para sempre. Acontece que, quando dá meia noite, Gil é magicamente transportado para a Paris da década de 20. Lá, ele encontra figuras como F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Cole Porter, Gertrude Stein, Pablo Picasso, entre outros.

Todo o glamour dessa época é reconstruído de forma muito graciosa e, com sucesso, consegue inserir o espectador nesse ambiente.

Eu acho muito interessante como Woody, há mais de quarenta anos, consegue fazer filmes maravilhosos, sempre com o mesmo personagem: ele mesmo. Um cara inseguro, cheio de manias e teorias, com um terrível medo da morte que sempre se envolve com mulheres malucas. São poucos os filmes de Woody que não tem esse auto retrato caricato. Não que isso seja ruim. Me diverti muito com Woody do Owen Wilson. Na verdade, considero isso um feito, uma proeza.

Depois de assistir várias obras de um determinado diretor/roteirista, é bem legal perceber suas marcas registradas e onde ele costuma se repetir.

Em "Celebridade", o personagem de Keneth Branagah se envolve com Nola (Winona Ryder) que é uma atriz neurótica sobre seu corpo, seus relacionamentos e sua maneira de atuar. É impulsiva e imatura.

Nola aparece de novo em "Match Point" (2005), com a presença e talento de Scarlett Johansson. É exatamente o mesmo personagem.

Em "Igual a Tudo na Vida" (2003), Christina Ricci é a escolhida da vez para fazer essa personagem que dessa vez chama-se Amanda. Mas tem as mesmas características.

E o melhor exemplo é a Annie, de Diane Keaton, em "Annie Hall" (1977). Ela sumariza todas as particularidades naturais dessa tipo de musa que Allen inventou.

Voltando à "Meia Noite Em Paris", como ilustração desta época, vou postar uma receita de um charmoso coquetel criado nesta época: o Sidecar.

Ingredientes:

2 Partes de Conhaque
¾ Parte de Suco de lima-da-pérsia
¾ Parte de Triple Sec (licor com sabor de laranja)
1 Casca de limão em espiral

Modo de Preparo:


Encher uma coqueteleira com cubos de gelo. Adicionar todos os ingredientes. Agitar e coar em uma taça de coquetel resfriada. Decorar com o limão.