
Saoirse Ronan começou a ter destaque muito cedo em sua
carreira de atriz sendo indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante com
apenas 13 anos pelo filme “Desejo e Reparação” (2007). Este ano, ela volta a
cena da temporada de premiações com o drama “Brooklyn”, indicado a estatueta em
três categorias (Filme, Atriz e Roteiro Adaptado).
Adaptado do best-seller homônimo escrito por Colm
Tóibín, “Brooklyn” é uma história linear e simples que narra o dilema de uma
jovem mulher ao se ver dividida entre dois mundos. Na Irlanda do pós-guerra,
Eilis (Ronan) chega a conclusão de que o lugar não tem muito a lhe oferecer.
Incentivada por sua irmã mais velha, ela consegue, por intermédio da igreja, um
visto para se estabelecer em Nova York, Estados Unidos. Lá, a moça terá que
lidar com os desafios de se ver pela primeira vez por sua conta, sem um rosto
amigo para lhe confortar.
Quem está nessa fase de transição da vida – de
adolescente para a vida adulta – poderá se identificar muito com a jornada de
Eilis. “Adultecer” pode ser muito doloroso e solitário, principalmente em
terras estranhas. Não é de se espantar que logo a saudade de casa começa a
afetar profundamente a moça. Nesse momento ela conhece Tony (Emory Cohen, muito
encantador) e logo a relação com o rapaz a ajudará a se estabelecer e encarar a
vida na América. Entretanto, o destino (sempre ele) faz com que, através de uma
repentina perda, Eilis tenha que voltar para a Irlanda.
O que seria uma viagem temporária acaba promovendo a
grande questão dramática do filme, pois, de volta a sua cidade Natal, Eilis tem
oportunidades que, antes de sua mudança, lhe foram privadas de certa forma.
Essa segunda fase na Irlanda mostra a transformação de Eilis em uma mulher
segura, sofisticada e até exótica, chamando muito a atenção das pessoas. Agora,
com a chance de um emprego estável e um pretendente em potencial, Eilis deve
decidir o verdadeiro sentido de lar e arcar com as consequências de suas
escolhas.
“Brooklyn” é um puro filme de atriz, onde a história é
integralmente centrada e nivelada pela performance de sua protagonista. Saoirse
está ótima com uma atuação sólida e madura. O filme ainda recebe o brilho da
breve participação de Julie Walters, como a administradora da casa de moças que
recebe Eilis nos EUA. A leveza da história, que poderia muito facilmente
descambar para o melodrama, é um ponto positivo. O diretor John Crowley fez um
belo trabalho ao conduzir essa adaptação dos livros para a telona. O filme tem
estreia prevista para esta quinta-feira, dia 11, em todo país.
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