
Se
uma coisa boa pode ser extraída desse ultrajante incidente, é o fato de Malala
ser quem ela é. E e isso que o documentário “Malala” tentar mostrar: como o
fato de quase ter perdido a vida não alterou, de forma alguma, sua convicção em
lutar pelo direito das crianças de ter acesso a educação. Dirigido por Davis Guggenheim (de “Uma Verdade
Incoveniente”), o documentário mostra a menina em seu ambiente familiar em
paralelo com seu extenuante ativismo político, que demandam viagens
internacionais, entrevistas e discursos.
Malala
é mostrada como uma menina tímida, adorável e meiga. Agora com dezessete anos,
ela lida com os efeitos do atentado que deixou o lado esquerdo de seu rosto
paralisado e completamente surda do ouvido esquerdo. Um dos aspectos retratados no filme inclui sua rotina escolar, como ela humildemente mostra suas notas (nem tão boas), a diferença de costumes com suas colegas de classe e a interação com seus
irmãos (que roubam a cena em alguns momentos).
A
inspiração de Malala é, claramente seu pai, Ziauddin, que no seu depoimento
definiu a relação dos dois como “uma alma em dois corpos”. O filme dá grande
destaque para esse homem que cultivou em Malala o amor pela educação e a
coragem para falar das injustiças sofridas pelas crianças paquistanesas
enquanto o Talibã destruía centenas de escolas pela região. O filme ainda se
vale de belas animações para ilustrar as situações ocorridas no passado com um
leve tom poético. Isso ajuda muito a estimular a imaginação e o emocional do
público.
Talvez
a única coisa que prejudique o documentário é o esforço exagerado de Guggenheim
em mostrar Malala como uma heroína cativante e inspiradora, como se existisse
alguma maneira de vê-la de outra forma. Ela é uma heroína cativante e
inspiradora sem a forçada retórica do filme que pode parecer um tanto
manipuladora. A consequência é que grande parte da luta política de Malala é
reduzida em substância a montagens demasiadamente cortadas.
Em
suma, “Malala” é uma história linda sobre uma pessoa formidável que faz a gente
colocar toda a nossa vida em perspectiva. Note-se que a menina recebeu prêmio
Nobel da paz em 2014, com apenas 17 anos. E você? O que tem feito com a sua
vida?
Veja o trailer:
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