
“As
Memórias de Marnie” é o mais recente e
possivelmente o último filme dos Estúdios Ghibli, famoso estúdio de animação
japonês fundado por Isao
Takahata e Hayao Myazaki em 1985. Em 2014, representantes do estúdio anunciaram
uma pausa nas produções por tempo indeterminado, para uma reestruturação
estratégica.
Dirigido por Hiromasa
Yonebayashi, o filme conta a história de Anna Sasaki, uma menina
doce e tímida, com uma grande sensibilidade artística, mas com muita
dificuldade de se relacionar com as meninas de sua idade. Ela é adotada e
claramente vê-se um afastamento entre os pais e a filha, sem que o motivo fique
muito bem explicitado. Como Anna sofre de asma, sua mãe a envia para uma pequena
cidade litorânea para passar o verão com seus tios e recuperar sua saúde debilitada.
Ao
chegar na cidade, Anna mantém sua postura introspectiva e solitária.
Ela começa a explorar as redondezas por conta própria e acaba encontrando uma
casa, situada às margens de um lago. A construção chama a atenção da menina que
logo se torna obcecada pelo lugar. “É assombrado”, dizem os tios de Anna, sobre
o lugar que está abandonado há tempos. Entretanto, isso não impede a menina de
continuar fazendo visitas escondidas ao local.
Inexplicavelmente,
Anna faz amizade com uma menina – Marnie – que supostamente vive no casarão. E
mesmo que ela não entenda como ela consegue ver e se relacionar com Marnie,
Anna (juntamente com os espectadores) vai investigando e descobrindo uma bela e
emocionante história que tem profundas ligações com as raízes da menina.
A
beleza dessa produção está sedimentada na sua pureza artística e produção
artesanal que se colocam como uma excessão do mundo demasiadamente computadorizado das animações atuais. Somada a um roteiro delicado, que se vale
da conexão inocente entre duas meninas pré-adolescentes, o filme ainda se propõe a discutir temas
sérios como amizade, aceitação e perdão.
A
composição de cores, a direção e a harmonização dos elementos visuais do longa
se traduzem num deleite para os olhos do público, mesmo que esta não seja a
obra mais marcante do estúdio que também é responsável por produções como
“Porco Rosso: O Último Herói Romântico” (1992) e “A Viagem de Chihiro” (2001). Espera-se
que esse hiato seja apenas temporário e que o estúdio volte a nos brindar com
obras tão magníficas quanto esta.
Veja o trailer:
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