
O público-alvo desse
filme, classificado como Young Adult, ou infanto-juvenil aqui no Brasil, tem
sido bombardeado de adaptações de livros para o cinema desde que “Harry Potter”
e “Crepúsculo” abriram a porta para essa demanda do mercado. As séries “Divergente”,
“Jogos Vorazes”, “O Doador de Memórias” bem como os livros de John Green, Meg
Cabot e Gayle Forman são alguns exemplos de livros e autores que estão muito em evidência com a exploração desse target. Não que isso seja necessariamente uma
coisa ruim. É muito louvável que esses autores consigam atrair essa faixa
etária para o mundo das letras. E como esta geração é 100% audiovisual, a
transição para o cinema é quase uma obrigação nessa indústria.
No caso de “Maze Runner:
Prova de Fogo”, o que se apresenta é uma boa obra de entretenimento, com generosas
doses de suspense e ação muito bem executadas. Na história, continuamos a
acompanhar a saga do jovem Thomas que, depois de superar os desafios do
labirinto do primeiro filme e escapar do cativeiro da C.R.U.E.L. (ou assim ele
pensava), parte em uma aventura num inóspito deserto cheio de novas ameaças e
desafios onde ele e seus amigos precisarão fazer novos aliados e tomar decisões
que colocarão a vida de todos em risco.
Um dos pontos altos do
filme é a atuação de Dylan O’Brien (mais conhecido pela série “Teen Wolf”) que
mostra boa consistência numa performance bem apropriada para o que o filme pede.
Outra ponto positivo da produção é a fotografia, com belos enquadramentos dessa
paisagem distópica somada a uma composição interessante de cores – os tons
ocre, areia e cinza são muito bem utilizados.
Entretanto, o filme
apresenta algumas falhas imperdoáveis no roteiro com furos que, mesmo que não
chegue a comprometer o saldo geral, soa forçado e deixa o espectador com a
sobrancelha levantada tentando entender o que diabos está acontecendo. A grande
desvantagem do filme é justamente não oferecer nenhuma resolução para as
questões levantadas no primeiro longa.Quem não assistiu ao filme anterior vai
ficar com a sensação de pegar o bonde andando. E pior – vai ter esperar o já
confirmado terceiro filme para entender a trama.
Mesmo assim, “Maze Runner:
Prova de Fogo” é um bom filme e vale o investimento do seu ingresso. Seu maior
mérito é ser uma obra de qualidade, com um leve frescor de originalidade quando
consideramos o segmento cinematográfico destinado ao público jovem tão
saturados de histórias medíocres e mal feitas.
Veja o trailer:
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